sábado, 24 de outubro de 2009

Exposição de motivos


Decidi fazer este blog com a intenção de desopilar do meu outro blog que dá bastante (delicioso e interessante) trabalho; http://www.caltabianomotoclub.com.br/


Aqui posso escrever mais livremente e posso tratar de uma segunda paixão, após o motociclismo, O FUSCA! O Fusca vem arrebatando corações há muitos anos. No meu caso, a "febre" começou em 1997, quando morava na São Francisco, Califórnia.

Eu havia comprado uma moto, uma Honda Magna 750, mas, com o tempo, senti a necessidade de alugar carros eventualmente. Pensei então na possibilidade de comprar um carro de U$ 1.000,00. Aliás, esta história de carro de mil dólares é uma farsa! Pensei em um Super Beetle conversível, assim quando retornasse ao Brasil, poderia levá-lo comigo. Pensei até em ir dirigindo até o Brasil, comprei livros e pesquisei seriamente à respeito. Abandonei as duas idéias, após ir ver alguns exemplares anunciados nos jornais. Não tive a paciência nem o tempo necessários para executar a proposta. Mas, contudo, viajei pelos Estados Unidos por um mês, dormindo com minha namorada dentro de um Plymouth Voyager.












Foi isto mesmo, estacionava o carro em uma “rest area” e dormíamos em um colchão inflável comprado no Costo, que depois da viagem, ainda devolvi! Banho era com moedas e eram caros. Comida era Burger King, cujo Whopper, Pepsi e batatas custavam U$ 1,99 (uãn náini náin).


Bons tempos de dólar um para um...



Feito este breve preâmbulo, voltemos ao Fusca.

Pois bem corria o ano de 1998. Estava trabalhando como assistente de fotógrafo em um grande estúdio situado em Cotia, cidade da zona metropolitana de São Paulo. Procurei um Fusca que atendesse esta minha demanda diária de transporte e resolvesse o meu inconformismo e frustração de não ter, no passado, a paciência necessária para ter o meu Super Betlee conversível. Consegui comprar meu Fusca por R$ 7.000,00 em uma concessionária Volkswagen de Osasco um lindo exemplar 1600 série ouro.


Era vermelho Dakar, ou vinho metalizado, apelidado por mim de “Sweet cherry” ou doce cereja. Fomos felizes por um tempo, mas a mania de grandeza idiota, me fez trocá-lo por uma Hylux SW4. Besteira maior não poderia ter sido cometida!

Passaram-se os anos, e no começo de 2009, meditando sobre a possibilidade da nossa família adquirir um segundo carro, também em função da chegada da nossa primeira filha, voltou a idéia do Fusca. Procurei então em sites especializados e classificados da Internet. Após alguns meses concluí a compra em Florianópolis. O carro havia pertencido a um senhor do interior do estado, município de Timbó, Santa Catarina. A vendedora, atual proprietária informou que ela havia comprado deste senhor de Timbó, pelo mesmo preço que anunciara. O carro não me agradou muito no primeiro instante, mas, com a perspectiva de reformá-lo, e com o preço dentro do que procurava, acabei por comprá-lo assim mesmo. Abasteci em um posto, já na BR 101 e dirigi 70 Km ao sul, rumo ao município de Imbituba, onde encontraria meu pai, lá residente, há mais de dez anos.


Nossa idéia era reformar o carro, ali mesmo, em uma oficina mecânica da qual tínhamos, pouca ou nenhuma referência, aventura que aconselho a ninguém seguir.

Dei adeus ao novo amigo (Fusca) e ao velho (meu pai). De São Paulo toquei a obra com a inestimável parceria de papai. Desaconselho novamente este tipo de reforma.




Após dissabores mil, o carro foi reformado e trazido a São Paulo. Refiro-me à reforma, pois foi isto que ocorreu, restauração é outra coisa, muito diferente, feita por pessoas distintas e com muito mais talento que os pobres e esforçados mecânicos de Imbituba possuem.




Não que o trabalho ficou ruim, ficou bom, mas para ótimo, tem uma diferença incrível. Só que esta diferença custa muito mais caro. Muito mais! No atual momento da minha vida, o feito, já foi um luxo.






O fusca em questão, o meu fusca, é um besouro 1972. Ou Fuscão, como na época foi apelidado. Gosto deste ano, pois é o último ano que ele veio equipado com faróis “olho de boi” e pára-choques de lâmina única.


Assim, com estas características somente houve nos anos 1970, segunda série, 1971, 1972 o modelo 1973 veio com os faróis verticais, que para mim, tem cara de anos 80 e são muito sem charme. O meu ano de nascimento foi 1973, porém, prefiro andar com companhias mais velhas que eu.






E por falar em faróis, mas, o meu fusca veio com um par de tremendão, ou farol estilo Rossi, tratando-se de acessório de época. Sempre detestei os Rossi, mas no meu Fusca eles agradaram, não sei por que. Calma, eu já comprei os “olho de boi” para deixá-lo “original” e muito mais simpático!

Esta semana vou buscá-lo no tapeceiro. O interior caramelo foi refeito com exceção dos bancos que são e continuarão sendo originais. O tecido do teto e o "carrapatinho" do assoalho foram refeitos, tudo no padrão original.